Conselheiro Antonio Ferreira Vianna

Biografia do Conselheiro mor do Império Antônio Ferreira Vianna - irmão da minha trisavó Maria Pamplona Vianna c/c Bernardino Pamplona de Menezes.




Antônio Ferreira Vianna, nasceu em Pelotas em 1832 no dia onze de maio. Sua mãe chamava--se Senhorinha da Silveira, de rica e importante família. Basta dizer que foi o seu pai Joao Gonçalves Silveira Galheca, o escolhido para, junto com o vigário Felício Joaquim da Costa Pereira Furtado de Mendonça, transportar a imagem do padroeiro São Francisco de Paula de Mostardas até Pelotas em 1812. Suas ancestrais Isabel Francisca da Silveira e Mariana Eufrásia da Silveira foram as proprietárias da terra onde atualmente se ergue a cidade de Pelotas.

Seu pai, João Antônio Ferreira Vianna Júnior, embora fosse nascido em Portugal, também era rico. Foi vereador de 1832 à 1836, sendo um dos fundadores da loja maçônica "Commercio e Industria" em 1848.

Embora, como a maioria dos rio-grandenses da época, João Antônio não tivesse uma escolaridade regular, compensava com uma grande curiosidade intelectual, como prova a sua filiação à Maçonaria. Logicamente procurou dar a melhor educação possível para o seu filho.

Em 1844, Ferreira Vianna partiu para o Rio de Janeiro matriculando-se no Ginásio Pedro II, então a melhor escola secundária do Império. Em 1850 formou-se "bacharel em Ciências e Letras”. Diferentemente do secundário atual, este título habilitava o portador a lecionar qualquer disciplina na área das Ciências Humanas, e dava livre entrada nas faculdades da época

No ano seguinte Ferreira Vianna matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo, destacando-se como estudante, orador e jornalista. Basta dizer que em 1852, no seu segundo ano, foi um dos fundadores da revista "Ensaios Literários do Ateneu Paulistano", cabendo-lhe discursar na sessão de 23-05-1852, referente a morte do poeta Álvares de Azevedo, ocorrida havia poucos meses. Só para exemplificar eis o final do discurso:



"Se no passado errei, se te esquecia,

Se a blasfêmia correu nos lábios frios,

Perdão, senhor meu Deus! Que a febre insana

A minh' alma perdeu nos desvarios!”

Em 1854, Ferreira Vianna fez parte da comissão de redação desta revista, e em 1855 foi seu presidente. Ao mesmo tempo, de 1852 à 1853 dirigiu "A Hora", jornal político de São Paulo.

No ano de 1855, Ferreira Vianna gradua-se e em 1856, conquista o titulo de doutor por apresentação de tese. No mesmo ano é nomeado promotor público no Rio de Janeiro, cargo que ocupa até 1860.

Ferreira Vianna começou a sua carreira política elegendo-se deputado geral pelo Rio de Janeiro em 1869. Pelo Rio de Janeiro e se reelegeria sucessivamente até 1889, com exceção de 1878 à 1881, sempre pelo Partido Conservador, ao qual pertenceu até a extinção deste pela República.

Nesse ano de 1868, e até o ano seguinte, ele exerceu o posto de redator chefe do Diário do Rio de Janeiro. Ele viria a fundar e dirigir outro jornal, "A Nação”, e também colaboraria no "Correio Mercantil", todos do Rio de Janeiro, onde morou de 1856 até a morte.

Como a legislação da época permitia, paralelamente à deputado geral, Ferreira Vianna foi vereador pelo Rio de Janeiro, chegando à presidente da Câmara Municipal. Exerceu também a advocacia com muito brilho.

No ano de 1872 tornou-se diretor-geral das Aulas Municipais do Rio de Janeiro. Fundou várias entidades de assistência social, incluindo algumas escolas. Em 1888 começa o período mais glorioso da vida de Ferreira Vianna. Com a chegada do Conselheiro João Alfredo Correia de Oliveira ao cargo de primeiro-ministro, este chama o nosso biografado para o Ministério da Justiça. Ele então redige e faz aprovar a Lei Áurea, que extinguiu a escravidão no pais. Mas, a glória durou pouco. No ano seguinte o ministério caiu, e em seguida a República foi proclamada. Com isso Ferreira Vianna retirou-se da carreira política, por coerência. Faleceu no dia 10-11-1903, no Rio de Janeiro.

Antônio Ferreira Vianna foi escolhido patrono do Centro Acadêmico da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pelotas por várias razões. Por ter nascido em Pelotas, por ter-se formado em Direito, pela sua militância estudantil e jornalística, pela carreira política e, principalmente, por ter participado de um dos grandes momentos da história do Brasil.



BIBLIOGRAFIA:

AMARAL, Giana Lange do. O Gymnasio Pelotense e a Maçonaria: Uma Face da História da Educação em Pelotas". Pelotas: Seiva Publicações/Editora Universitária-UFPEL, 1999, pág.203.

MAGALHÃES, Manoel Osório. História e Tradições da Cidade de Pelotas. 3° ed Pelotas: Editora Armazém Literário, 1999. Págs. 16 à 18,23 e 36.

MARTINS, Ari. Escritores do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Editora da URGS, 1978. Págs. 611 e 612.